A Gorda e o Mercado de Trabalho

postagem original 23 de fevereiro


A dificuldade da mulher no mercado de trabalho é uma realidade e uma luta diária, no Brasil, então, estamos na 124º posição em desigualdade salarial, perdendo apenas para o chile que vem logo atrás, em toda América latina. Fazendo uma rápida pesquisa, é fácil constatar através de dados que essa realidade está longe de acabar. Segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial, a igualdade de gênero no mercado de trabalho só será possível em 2095. Esse dado alarmante se torna ainda mais distante se falamos da mulher gorda.
O mercado de trabalho é cruel, preconceituoso e desumano com a mulher gorda. Não importa quantas línguas falamos, não importa quantas graduações, pós-graduações, mestrados e doutorados tenhamos, em uma seleção para qualquer vaga de emprego, ainda que seja a mais capacitada, se tiver candidatas magras a desclassificação é certa. Se você é uma mulher gorda e negra a situação é ainda pior; além da gordofobia institucionalizada há o racismo velado.
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A busca por recolocação no mercado de trabalho se torna um martírio diário Para a mulher gorda. Após inúmeras entrevistas, dinâmicas e mais entrevistas as mesmas ficam numa espera interminável para no fim receberem um contato informando que não possuem o “perfil da empresa”. Infelizmente, a imagem que a maioria das empresas têm sobre a gorda é a de desleixo, preguiça, o medo de não aguentar o tranco de horas de trabalho por conta do peso, ou que não temos ‘beleza’ para ocupar determinado cargo e representar tal empresa.
E como sabemos que o problema era o peso? É simples: Nós, em nossa maioria conversando com os concorrentes a mesma vaga. Antes da entrevista e constatamos que ninguém tinha a pós-graduação obrigatória, ninguém falava o segundo idioma solicitado e que o pré-requisito tão fundamental é que a exigência de um corpo "padrão" vai muito além de um bom currículo.
Adm-Rose Oliveira

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