Como Realmente Somos Atendidas

postagem original 3 de março 2017


O atendimento no Brasil é considerado um dos piores do mundo, em 2016 o SEBRAE realizou um pesquisa onde foi apontado que a maioria dos micro e pequenos varejistas precisam melhorar a qualidade do atendimento ao consumidor. Estamos bem distante de sermos considerados referencia em atendimento e, a cada ano que passa, apesar de ser amplamente divulgada a falta de traquejo na hora de praticarmos “o atender bem”, parece que as empresas têm cada vez mais deixado isso em segundo plano.
Pois bem, vocês, leitoras aqui do Coletivo, devem esta se perguntando e nós com isso?! Rs. Esse atendimento inadequado tem sido observado por mim e tantas outras gordas desde que começou o boom do mercado plus size no Brasil. Vemos grandes, medias a pequenas marcas no mercado ter um comportamento desdenhoso e descarado com nós, público alvo. Por inúmeras vezes, entramos em lojas especificas para tamanhos grandes e nos deparamos com mulheres magras como vendedoras e pior; totalmente despreparadas para atender uma mulher gorda.
O tempo todo presenciamos risos, cochichos e troca de olhares com as coleguinhas, o assombro quando a blusa não passa nos nossos braços “já que é o maior tamanho da loja”, ou as observações e apontamentos em relação ao nosso corpo, ex: “Como você não tem bumbum essa calça deve servir”, “olha como seu quadril é muito grande esse short não vai caber”, “usa essa blusa aqui para disfarçar a barriga avantajada”. Gente, eu poderia passar horas aqui relatando os absurdos diários que ouvimos de pessoas despreparadas e que os corpos não se assemelham em nada com o nosso.
Falta respeito com as consumidoras, falta conhecimento, falta empatia ao sentimento que a gorda tem ao entrar em uma loja que se diz para ela, mas não encontra seu tamanho. Nenhuma gorda se identifica com a magra que vocês contratam para nos atender em lojas físicas. Um dos maiores erros de uma empresa é não estudar o mercado para entender o público alvo. Já não bastam esses tamanhos ridículos de EXGG que parece mais PP, a grade limitada e as campanhas com a ‘gorda padrão’ ainda somos submetidas ao ultraje que se tornou ir a uma loja comprar roupas.
É descabido o atendimento da vendedora que veste 38 para uma pessoa que veste 58, esta, inevitavelmente, fica dando pitaco sobre o que fica ou não bom no corpo de uma gorda. Por fim, uma dica de Marketing para as marcas Plus Size: criem identificação do público alvo com a marca de vocês, seja nas campanhas publicitarias, seja nas vendedoras que nos atendem.
ADM-Rose Oliveira

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