O Culto ao Corpo e sua Influencia em Nossas Vidas Gordas

Quem aqui nunca se permitiu influenciar por comerciais de produtos “emagrecedores” quem nunca se permitiu, ler milhares de revistas de dietas e livros ensinando a fazer exercícios de perda de peso rápido?
O problema está exatamente ai, sei que praticamente 99% das pessoas que leem essa postagem vai responder sim.
O grande vilão do abuso sofrido pelo nosso corpo somos nos mesmos, vamos deixar bem claro que a mídia tem um papel super influenciador, mas tem de ficar mais claro ainda que nosso desejo, por atender as expectativas sociais nos permite influenciar, então é primordial aceitar que a culpa é mais nossa que de qualquer outro.
"Em busca de um ideal de beleza fazem-se sacrifícios, por vezes com consequências impensáveis… Praticam-se hábitos alimentares que são ignorados nos restantes meses do ano. Proliferam os anúncios a produtos de beleza, as sugestões de dieta e os ginásios enchem. Procuram-se resultados imediatos e esquece-se que a alma não se alimenta de obsessões" (Dr. Miguel Viera Psicólogo clinico)
A mídia sobrevive de renda assim como qualquer outra função, então não a julgo de um todo errado pois é preciso lucrar (pensemos pelo lado empresarial), então se os anunciantes da indústria da beleza são os maiores clientes e os que pagam melhor, não a como recusar.
Entende-se que quanto mais vezes uma mentira é dita, mais força ela toma, até que se torne verdade, então quanto mais vezes é repetida a mensagem de que ser magro e ou sarado, é ser a pessoa mais influente no meio social, haverá muitos seguidores dessa mentira, ora se o desejo maior do ser humano sempre foi e, sempre será, ter um lugar privilegiado em meio a sociedade, fica bem mais difícil resiste ao que está sendo oferecido.
Quando alguém oferece a você a possibilidade de ascender socialmente, apenas exibindo determinada forma física, é mais que claro que isso se tornara um excelente negocio pra quem propôs e, pra quem aceita será a possível realizar um sonho.
Repare as pessoas que não exibem o estereótipo vendido como correto, elas tem medo de se exibir em publico, por conta de se sentir aparte, e ser observado como individuo não pertencente a massa determinante. Esses indivíduos que enchem a cabeça de medos e sensações negativas, passando à alimentar a posição mais irreal de que, ter determinado aspecto físico, fará de você uma pessoa pertencente ao mundo perfeito, fato que degenera a ideologia de ser quem você realmente é, ou seja, a perda da essência.

A indústria da beleza oferece facetas para manter as pessoas num mundo formulado apenas em suas mentes, particularmente chamo isso de alucinação em massa, tento em vista que mais da metade da população não exibe tal formato físico, mas uma minoria exibicionista difunde a ideia e, os demais se desesperam a seguirem apenas pela necessidade de reconhecer-se como igual.

A mídia tem grande influencia por que são vias de informação massiva, percebam que as abordagens são diferenciadas para cada tipo especifico de via de comunicação, por que dessa forma atingem diferentes tipos de pessoas com variados estilos, mas todos com a mesma temática de oferecer uma vida plena de felicidade através do corpo.
Assim nas mídias visuais como a televisão, é implantada imagens de corpos diferidos e imagens de antes e depois num tom de felicidade e de tristeza já na mídia de áudio, a abordagem passa para depoimentos de pessoas contanto como tal produto permitiu que seu corpo se moldasse e, quanto isso trouce felicidade, nas mídias escritas a abordagem é mais completa, pois pode se valer do visual e de depoimentos, também mais elevada, pois é necessária uma concentração maior para ler que para ver ou ouvir, então a mensagem é enviada para o cérebro de forma mais abrangente.
Se alguém deseja muito estar em uma posição melhor entre os amigos, entre os colegas de trabalho ou perante a família, está cheio de dilemas emocionais envolvido e, não consegue perceber a real importância que tem perante as pessoas é mais que certo que recorra para essa possível salvação através do corpo.
(Texto de 2005 de Milly Costa para o Cotidiano Gordo.)
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