Postagem original 29 de março de 2016
Sendo assim deveríamos ter uma pauta bem grande sobre gordofobia dentro do movimento feminista, afinal feminismo se trata de lutar por direitos para mulheres, se o sistema consegue manter o cabresto, violentando a identidade da mulher através de uma ideia pré-moldada determinando como deve ser o nosso corpo, nós precisaríamos ter uma pauta feminista maior voltada para reformular essa visão, para assim recuperarmos o o domínio sobre nossa aparência e corpo.
O corpo gordo, representa a contramão do padrão, o corpo gordo da mulher é visto pela sociedade como falta de respeito, de decoro, de higiene, de amor próprio, de amor e respeito para com o sua parceira ou parceiro, de amor e respeito com o possível parceiro ou parceira, falta de respeito, amor e representatividade com a família, com os amigos e até com o vizinho, em geral ser uma mulher gorda representa falta de respeito, para com a sociedade.

Seriamos todas mulheres mais fortes se soubéssemos que o nosso corpo nos pertence, que todos os corpos femininos são de pertencimento da mulher, que não é só o corpo magro que merece ser representado, que não é só as mulheres magras que precisam de dialogo sobre seus corpos, seriamos mulheres melhores se aprendêssemos que temos corpos diferentes, mas somos todas mulheres e merecemos o mesmo nível de defesa.
A luta por direitos de pertencimento da imagem abrange em grande parte as mulheres gordas porque elas são as grandes vitimas da desumanização, mulheres magras são mulheres que o machismo violenta, mulheres gordas, são mulheres que o machismo finge que são outra coisa, a anomalia do padrão feminino.
O movimento gordo dentro do feminismo, é necessário não só para empoderar as gordas, mas também para apresentar para as magras que o nosso corpo é tão merecedor de respeito quanto o delas, e salva-las da ignorância de viver no limite de ainda que sendo feminista se curvar diante do cabresto do corpo perfeito para o machismo que rege a sociedade.
Precisamos de um feminismo que faça um recorte significativo sobre a mulher gorda, um feminismo que coloque a gordofobia como pauta importante em suas demandas, se o machismo corrompe a identidade da mulher através da manipulação de sua imagem, causando transtornos, emocionais, psicológicos e físicos, fica mais do que claro que a gordofobia não é só uma banalidade a ser tratada como mero acontecimento no mundo das mulheres gordas.

Desde quando essa violência ao corpo e a cabeça da mulher se coloca tão presente e, capaz de transformar toda uma sociedade colocando a mesma, em constante vigília sobre como as suas mulheres devem se apresentar para serem "aceitas e respeitadas"
Fica Evidente que, lutar contra gordofobia não é meramente uma invenção de mulheres gordas, entediadas.
Milly Costa
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