Silenciando os Gordos

Postagem original 13 de janeiro de 2016

Sabemos que uma das principais formas de silenciamento é desacreditar uma realidade, quanto mais dizem que determinado fato não existe, maior é a chace de que mais pessoas acreditem e aderirem a esse pensamento por mera conveniência, assim é possível cobrir a realidade com a capa do inexistente, facilitando a  vida do opressor.

Dessa forma, negar a existência da gordofobia é tirar do gordo o poder de lutar por seu espaço de direito na sociedade, afinal se não existe problema pare ser resolvido, não existe uma causa para ser debatida, não existe um motivo para lutar e se não existe motivo, o que resta para o gordo é o bom e velho silencio e marginalização de sua figura.
E assim age o opressor, transforar o problema em mera imaginação, especulação, delírio, mania de perseguição e também no famoso mi mi mi, é a maneira de fazer do oprimido um louco em potencial, aquele que cria situações inexistentes para por pra fora suas neuroses, fizeram isso com as mulheres, por anos em relação ao machismo e a existência do sistema patriarcal, ainda fazem isso, tentam absurdamente passar a imagem de igualdade de gênero, quando sabemos exatamente as dificuldades de ser mulher em nossa sociedade.
Fazem isso com o negro em relação ao racismo, dizer que o preconceito está na cabeça do negro que esse se faz de vitima é a coisa mais comum de acontecer, contrariar as estatísticas, contrariar as evidencias, dizer todos os dias para os negros que racismo não existe, que vivemos em uma sociedade igualitária é a forma de apagar o racismo.
O mesmo ocorre com os deficientes, os gays, as lésbicas, os umbandistas, espiritas candomblecistas, e porque mesmo não aconteceria com o gordo?
A quem viria a interessar o fato da gordofobia não ser evidenciada se não ao gordofobico? O problema com a gordofobia é que todos esses grupos citados a cima trazem aspectos gordofobicos, então somos obrigadas a dizer que interessa a toda a sociedade incluindo os grupos oprimidos dizer que a gordofobia não existe.
O que quer dizer que o único que se interessa em acabar com a gordofobia é o gordo, porque todas as outras pessoas são opressores ativos ou em potencial.
Todas as pessoas que insistem em negar a existência da gordofobia, são gordofobicos, só que aceitar o próprio preconceito e tornar-se  uma versão melhor de se mesmo, significaria perder o poder sobre o outro, e se colocar em nível de igualdade.
Não considerar-se gordofobico é comodo, pois você não precisaria se colocar como vilão e ainda poderia continuar se sentindo superior a um individuo gordo, porque o seu biotipo é socialmente aceitável e o do gordo não.

Toda pessoa não gorda, ou pessoa magra é um gordofobico em potencial, partindo do principio que ser gordofobico não é apenas atacar uma pessoa gordo com xingamentos e rebaixa-la a um ser inferior, mas também se referir a aspectos da figura de um gordo como negativos, ou criar situações que virem exemplo de modo de vida de uma pessoa gorda, nesse contexto cada frase dita de maneira a identificar determinado comportamento como coisa de gordo é sim gordofobia.

Mas se todos disserem que a gordofobia não é real e os demais concordarem, continuara sendo fácil ser opressor , sem ser cobrado por isso e, assim poder permanecer se sentindo bem consigo mesmo, por isso é mais interessante que se negue a existência da gordofobia como problema social.
Então para continuar exercendo o papel uma pessoa legal, dizer que a gordofobia não existe é isentar-se do papel de preconceituoso.
Milly Costa
Para criticas
Xingamentos
Carinho
Agradecimentos
Pedido de ajuda ou
Colaborar com textos
Envie um e-mail para gordaslivres@gmail.com

Comentários